Aula Caudalie: Viniferina, Pele e Ciência - Um encontro sobre mancha, memória e cuidado
- Ellene Papazis

- 21 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de jun.
Num encontro promovido pela Caudalie em Portugal, tive a honra de partilhar conhecimento com um grupo seleto de influenciadores sobre um tema que atravessa não apenas a dermatologia, mas também a história sensível da pele: a hiperpigmentação.
O evento celebrou os 20 anos da linha Vinoperfect e ocorreu num espaço inusitado e simbólico: a floricultura Menês, no Porto. Ali, entre flores e conversas, abordámos a pele como um território vivo, atravessado por memórias, emoções e alterações pigmentares que, longe de serem "defeitos", são expressões de um organismo que sente e reage.
A estrutura da aula
O encontro foi dividido em três momentos principais: educação, ciência e partilha. Iniciámos com os conceitos fundamentais sobre a hiperpigmentação, incluindo melasma, hiperpigmentação pós-inflamatória (PIH) e lentigos solares. Discutimos também a hipocromia, como no vitiligo e na leucodermia gutata.
Baseando-nos em dados histológicos atualizados (Kwon et al., 2019), mostramos como condições como o melasma estão ligadas ao fotoenvelhecimento, à desorganização da membrana basal, aumento da vascularização e presença de mastócitos. Essas alterações não são meramente estéticas, mas revelam processos profundos da fisiologia cutânea.

A Viniferina como protagonista científica
· A ε-ε Viniferina é um polifenol extraído da seiva da videira e constitui um dos pilares da linha Vinoperfect da Caudalie. Estudos laboratoriais demonstram que a Viniferina:
· Inibe a expressão de genes como POMC, MITF e TYR, cruciais na melanogênese (Vinoperfect & Vinosun completa, 2023);
· Reduz a atividade da tirosinase, enzima-chave na produção de melanina;Diminui em 37% a melanina nos melanócitos (teste in vitro);Reduz em 47% a transferência de melanossomas aos queratinócitos;
· Não é fotossensibilizante e pode ser usada por todos os fototipos.
Comparativamente, a Viniferina mostrou-se:
· 4x mais eficaz que ácido kôjico;
· 62x mais eficaz que a vitamina C;
· 43% mais eficaz que a niacinamida a 10%.
Estudos como os de Nivelle et al. (2018) reforçam seu potencial antiproliferativo em células de melanoma, sem causar citotoxicidade aos fibroblastos normais.
Abordagem terapêutica e segurança
Ressaltámos o papel essencial da proteção solar (com cor, quando possível), dos antioxidantes, do uso criterioso de ácidos despigmentantes e da fotoproteção oral (como polypodium leucotomos e nicotinamida). A hiperpigmentação deve ser tratada com paciência e acompanhamento, respeitando o tipo de pele, o fototipo e a história daquele corpo.
Conclusão
A pele comunica. As manchas falam da nossa relação com o sol, com hormonas, com emoções e com o tempo. Ao tratarmos, olhamos com cuidado. Ao educarmos, empoderamos. E ao partilharmos com responsabilidade, construímos um novo olhar: mais científico, mais afetuoso, mais real.
Referências (formato APA):
Kwon, S.-H., Na, J.-I., Choi, J.-Y., & Park, K.-C. (2019). Melasma: Updates and perspectives. Experimental Dermatology, 28(6), 704–708. https://doi.org/10.1111/exd.13844
Nivelle, L., Aires, V., Rioult, D., Martiny, L., Tarpin, M., & Delmas, D. (2018). Molecular analysis of differential antiproliferative activity of resveratrol, epsilon viniferin and labruscol on melanoma cells and normal dermal cells. Food and Chemical Toxicology, 116, 323–334. https://doi.org/10.1016/j.fct.2018.04.043
Caudalie. (2023). Vinoperfect & Vinosun completa. [Material institucional]




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